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O guia cirúrgico é uma importante ferramenta para o posicionamento correto das fixações, visando a uma perfeita inter-relação protética-cirúrgica. A reprodução dos dentes da futura prótese do paciente, por meio de um aparelho removível que se adapte perfeitamente à área cirúrgica, tornou-se um pré-requisito fundamental para o futuro sucesso protético. Contudo, algumas condições devem ser respeitadas para que os guias sejam realmente utilizados e não se transformem em um transtorno para o cirurgião. É muito bonito escrever em livros e artigos a importância dos guias, mas o fundamental é que eles sejam realmente usados, não ficando apenas como figurantes.
Para que um guia realize adequadamente as suas funções, ele precisa estar adaptado à região cirúrgica, sem atrapalhar a visualização e o acesso do cirurgião (Figura 1). Essas são condições bastante difíceis de serem garantidas, uma vez que um aparelho acrílico volumoso e intimamente relacionado com a área cirúrgica quase sempre dificulta o acesso e a visualização dos tecidos que irão receber o implante. Assim, falando francamente, a maioria dos cirurgiões não gosta de usar o guia. Eu não gosto nem um pouco. Nós acabamos usando outras referências, como os dentes adjacentes e antagonistas, para posicionar o implante corretamente. Isto é um erro (que eu cometo frequentemente) que pode custar caro na hora da confecção da prótese.
Mesmo não gostando, em muitas situações somos quase obrigados a utilizar este dispositivo, como em casos de desdentados totais em que perdemos todas as referências (Figura 2). Desta forma, um guia deve ser confeccionado com base nas características anatômicas de cada região, e o seu desenho deve estar diretamente relacionado com a disponibilidade óssea oferecida e a disposição dos futuros dentes. De nada adianta a projeção de um guia com dentes muito bem posicionados em áreas que não ofereçam estrutura óssea suficiente para se colocar implantes que viabilizem estes dentes. Portanto, o guia cirúrgico só poderá ser finalizado após a realização de todos os exames pré-operatórios, o que inclui enceramento de diagnóstico e radiografias, de preferência tomografias que nos deem imagens mais fiéis e com desenho da espessura óssea.
O objetivo principal de todo e qualquer paciente que se dirige a um implantodontista é o de recolocar dentes que foram perdidos. Nenhum paciente procura o especialista para fazer exclusivamente um implante sem que este receba um dente. Quem conseguir fazer esta venda vai ser considerado o maior vendedor do mundo. Na verdade, o cliente sabe que a cirurgia de colocação de um implante é o meio pelo qual ele poderá receber uma prótese dentária, e esta irá resolver o seu problema de ausência dental.
Sendo assim, toda e qualquer cirurgia deve ter seu planejamento iniciado pela prótese. A esta metodologia damos o nome de planejamento reverso, que consiste na elaboração de passos prévios ao procedimento cirúrgico, que estão diretamente relacionados com a prótese e irão identificar fatores decisivos nas conclusões quanto ao tamanho, tipo e número de implantes a serem colocados.
O guia cirúrgico é o elo entre a cirurgia e a prótese, e não deve ser desprezado. Entretanto, uma cirurgia precisa de campo visual. Usar um guia durante todo o procedimento cirúrgico é praticamente inviável, pois dificulta o ato operatório em si. Na maioria das situações, acabamos usando o guia poucas vezes durante uma cirurgia.
Mesmo assim, devemos ter ele sempre em mãos, mesmo que seja para usar poucas vezes durante o ato operatório. Estes poucos segundos em que o guia é usado são preciosos, pois corrigem posicionamentos inadequados das fixações que acarretariam sérios problemas na futura prótese.
Marco Bianchini
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